“Existem manhãs em que abrimos a janela, e temos a impressão de que o dia está nos esperando.”

terça-feira, 13 de janeiro de 2015

PRA QUE PRESSA...


Nesta sexta-feira eu, meu marido e minha neta resolvemos ir à festa do padroeiro de São Sebastião, comer os deliciosos pastéis e tomar aquela cervejinha gelada para diminuir o calor abrasante deste verão.Depois de algumas horas, apreciando as barraquinhas de artesanatos, roupas e outros apetrechos, que também fazem parte da festa, resolvemos voltar para casa.Neste trajeto entre São Sebastião e a balsa, me deparei com um senhor que aparentava seus 40 anos de idade, suado, embriagado e totalmente confuso, gritando aos quatro ventos; “Eu vou virar lobisomem”, assustando crianças e chamando a atenção de jovens e adultos que por ali passavam. Não deixei de abserva-lo, e ao mesmo tempo sentir uma tristeza profunda, ao ver um ser humano, violado em sua dignidade,comendo restos de comidas, jogado nos cestos de lixo ali próximo e recolhendo latinhas e tudo o que lhe chamasse a atenção.O segurança afastou-o do local, pois o tumulto que ele provocava estava incomodando pessoas que ali aguardavam a balsa para travessia a Ilhabela.Ao nos acomodarmos nos assentos da balsa, percebi que o mesmo senhor ali estava, atravessando a mesma balsa que nós, só que me parecia mais calmo.Fizemos o trajeto tranqüilamente sem tumulto algum, atracamos em Ilhabela, e ao descermos da balsa, percebi que o tal senhor, também ali sentado, aparentemente mais calmo, mas não deixando de mexer com as pessoas que saiam da balsa.Parece que sentia satisfação em assustar quem em frente dele passasse, gritando:- “Pra que pressa se o futuro é a morte”, essa curta frase me chamou a atenção, pois aquele senhor que ali estava, percebia muito mais coisas do que todos nós ditos  distintos e recatados.Comecei a tentar analisar as tais palavras que se fixou em minha mente; observei a agitação local, e realmente vi que o tal homem em sua embriagues, disse algo que seu inconsciente percebia, mais que qualquer outra pessoa que ali estava e o ignorava.Hoje percebi que a maioria das pessoas apenas existe, e que viver esta se tornando dia a dia a coisa mais rara do mundo, tudo passa muito rápido. A nossa ausência de complacência, calma e de paciência, faz com que deixemos de observar a beleza que existe ao nosso redor; julgamos que o mundo gira em torno de nós, vivemos em um mundo cada vez mais consumista, competitivo, tornando-nos cada vez mais gananciosos deixando de valorizar a própria vida, em busca de valores irreais.O corre corre das grandes cidades, invadindo locais que no passado julgávamos tranqüilos.Depois deste dia, comecei a analisar minha vida de forma diferente, percebi que aprendemos com pessoas que jamais imaginaríamos que pudessem nos ensinar algo, e hoje me pergunto; _”pra que pressa se o futuro é a morte”.

Autora do post Eliana Prestes

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