“Existem manhãs em que abrimos a janela, e temos a impressão de que o dia está nos esperando.”

quinta-feira, 29 de janeiro de 2015

RIFA

Clarice Lispector


Rifa-se um coração quase novo. Um coração idealista. Um coração como poucos. Um coração à moda antiga. Um coração moleque que insiste em pregar peças no seu usuário. Rifa-se um coração que na realidade está um pouco usado, meio calejado, muito machucado e que teima em alimentar sonhos, e cultivar ilusões. Um pouco inconseqüente que nunca desiste de acreditar nas pessoas. Um leviano e precipitado, coração que acha que Tim Maia estava certo quando escreveu... "não quero dinheiro, eu quero amor sincero, é isso que eu espero...". Um idealista... Um verdadeiro sonhador... Rifa-se um coração que nunca aprende. Que não endurece, e mantém sempre viva a esperança de ser feliz, sendo simples e natural. Um coração insensato que comanda o racional sendo louco o suficiente para se apaixonar. Um furioso suicida que vive procurando relações e emoções verdadeiras. Rifa-se um coração que insiste em cometer sempre os mesmos erros. Esse coração que erra, briga, se expõe. Perde o juízo por completo em nome de causas e paixões. Sai do sério e, às vezes revê suas posições arrependido de palavras e gestos. Este coração tantas vezes incompreendido. Tantas vezes provocado. Tantas vezes impulsivo. Rifa-se este desequilibrado emocional que, abre sorrisos tão largos que quase dá pra engolir as orelhas, mas que também arranca lágrimas e faz murchar o rosto. Um coração para ser alugado, ou mesmo utilizado por quem gosta de emoções fortes. Um órgão abestado indicado apenas para quem quer viver intensamente e, contra indicado para os que apenas pretendem passar pela vida matando o tempo, defendendo-se das emoções. Rifa-se um coração tão inocente que se mostra sem armaduras e deixa louco o seu usuário. Um coração que quando parar de bater ouvirá o seu usuário dizer para São Pedro na hora da prestação de contas: " O Senhor poder conferir", eu fiz tudo certo, só errei quando coloquei sentimento. Só fiz bobagens e me dei mal quando ouvi este louco coração de criança que insiste em não endurecer e, se recusa a envelhecer". Rifa-se um coração, ou mesmo troca-se por outro que tenha um pouco mais de juízo. Um órgão mais fiel ao seu usuário. Um amigo do peito que não maltrate tanto o ser que o abriga. Um coração que não seja tão inconseqüente. Rifa-se um coração cego, surdo e mudo, mas que incomoda um bocado. Um verdadeiro caçador de aventuras que, ainda não foi adotado, provavelmente, por se recusar a cultivar ares selvagens ou racionais, por não querer perder o estilo. Oferece-se um coração vadio, sem raça, sem pedigree. Um simples coração humano. Um impulsivo membro de comportamento até meio ultrapassado. Um modelo cheio de defeitos que, mesmo estando fora do mercado, faz questão de não se modernizar, mas vez por outra, constrange o corpo que o domina. Um velho coração que convence seu usuário a publicar seus segredos e, a ter a petulância de se aventurar como poeta.

segunda-feira, 19 de janeiro de 2015

"ATÉ QUE ALGO NOS SEPARE"



Não sou psicóloga, terapeuta ou conselheira de casais, sou apenas uma mulher casada e bem resolvida, observadora do cotidiano que envolve relacionamentos conjugais dos dias de hoje.Sempre quando eu menciono antigamente, é porque tenho como base a época em que vivi, meu casamento, de meus pais e amigos, que eram duradouros, onde ainda comemoravam-se bodas de prata e de ouro, onde envelhecer juntos era o cumprimento de um juramento feito ao pé do altar:” Até que a morte nos separe”. Tínhamos sonhos de uma vida a dois, casar ter filhos, netos, o almoço em família aos domingos, a viagem do ano tão esperada, de trem ou mesmo de  ônibus.Podíamos não ter tudo o que queríamos, mas éramos felizes com tudo que tinhamos .Comemorávamos cada aquisição, adquirida com muita luta, sonhos e trabalho.Resolvíamos nossos problemas, e até mesmo algumas diferenças, sob quatro paredes.A vida era mais simples em todos os aspectos.Havia mais romantismo entre casais, a música que marcava o primeiro encontro, o primeiro beijo; guardávamos os bilhetinhos recebidos em um bailinho qualquer de garagem, até mesmo o papel da bala que marcou o dia mais feliz de nossa vida...Hoje percebo que o romantismo acabou, o namoro ficou resumido em um simples ficar, o casamento em vamos juntar os trapos, e os sonhos...Bem, não existem mais sonhos, pois não existe o amanhã...”Se não der certo a gente parte pra outra”. Ouço hoje em dia, pessoas dizendo que o casamento é uma instituição falida, aí me pergunto, onde fica a família nessa mudança toda?, como ficam os filhos desta dita modernidade?, e as pessoas, estão mais felizes?,será que este tal avanço na constituição está sendo benéfico? Responda-me quem puder, se a formula de constituir uma família é essa, porque dia a dia vemos jovens, adultos e crianças, cada vez mais deprimidas, desmotivadas, sem esperanças no futuro?Será que o nosso futuro transformou-se em algo tão abstrato? No que estamos nos transformando? Em pessoas descartáveis, que usamos e depois jogamos fora, ou no brinquedinho que deixou de ser moda e jogamos de lado para dar lugar a outro mais interessante no momento? Hoje as famílias não seguem mais o mesmo padrão de antigamente; pais separados, segundos, terceiros e sabe Deus mais quantos  relacionamentos ditos estáveis, meios irmãos.
Hoje, as pessoas entram num casamento já com o intuito em sair dele. Não estão interessadas em desenvolver um relacionamento não sabem o que é estar casado.
Muitos ainda acreditam que uma vida a dois significa  necessariamente, estar apaixonado e ter um sexo alucinante. Por isso fica fácil pensar que o amor acabou. A grande verdade é que, gostamos e desgostamos de pessoa varias de vezes. Relacionamentos superficiais geram pessoas imaturas, infantis, acreditando que tudo deve caminhar a seu favor. Antes de se casar, juntar os trapos viver a dois, entenda  realmente o que é casamento. Viva essa experiência como se fosse única, busque a  felicidade.

Autora do post Eliana Prestes

quinta-feira, 15 de janeiro de 2015

Ou isto ou aquilo



Cecília Meireles

Ou se tem chuva e não se tem sol,
ou se tem sol e não se tem chuva!

Ou se calça a luva e não se põe o anel,
ou se põe o anel e não se calça a luva!

Quem sobe nos ares não fica no chão,
quem fica no chão não sobe nos ares.

É uma grande pena que não se possa
estar ao mesmo tempo nos dois lugares!

Ou guardo o dinheiro e não compro o doce,
ou compro o doce e gasto o dinheiro.

Ou isto ou aquilo: ou isto ou aquilo...
e vivo escolhendo o dia inteiro!

Não sei se brinco, não sei se estudo,
se saio correndo ou fico tranqüilo.

Mas não consegui entender ainda
qual é melhor: se é isto ou aquilo.



Ou isto ou aquilo, Editora Nova Fronteira, 1990 - Rio de Janeiro, Brasil
O PÉ CHULÉ




Era uma vez um pé
Um pé chamado Chulé
Chulé é o grande amigo de Zé
Chulé leva Zé, pra onde ele quiser.

Viviam na roça, em grande simplicidade
Foi quando Zé resolveu, ir morar lá na cidade.

Chulé acostumado, viver na terra sem frescura
Ficou desesperado, com o asfalto quente que lhe provocou queimaduras.

Eram tantas bolhas, que se formaram em Chulé.      
Que devido a tanta dor
                                           Zé ficou preocupado e, foi procurar o seu Doutor.

O doutor aconselhou a comprar um sapato
Pois na cidade grande, quem anda descalço
Ou é burro ou é novato.

Chulé e o sapato se tornaram grandes amigos
Mas mesmo assim percebeu que vivia deprimido
Não sentia mais o chão
Vivia preso, escondido.

E o tempo foi passando
E chulé se conformando
Eram tantas, festas,bailes e andanças
E novas bolhas formando.

Foi quando num belo dia, que Chulé percebeu
Um furo que na sola se formava
No sapato que Zé lhe deu

Triste foi à separação
De Chulé e o sapato
Já estavam acostumados um com outro
Andando pra todo lado.

Chulé se sentiu livre do tal amigo sapato
Pois mesmo sendo amigos
Sentia-se sufocado

Zé e Chulé resolveram, no mesmo instante
De imediato
Vamos embora da cidade
E voltar pro nosso mato
Mais vale o pé no chão, e feliz
Do que um belo sapato.



Autora do Post Eliana Prestes

terça-feira, 13 de janeiro de 2015

O tempo



A vida é o dever que nós trouxemos para fazer em casa. 
Quando se vê, já são seis horas! 
Quando de vê, já é sexta-feira! 
Quando se vê, já é natal... 
Quando se vê, já terminou o ano... 
Quando se vê perdemos o amor da nossa vida. 
Quando se vê passaram 50 anos! 
Agora é tarde demais para ser reprovado... 
Se me fosse dado um dia, outra oportunidade, eu nem olhava o relógio. 
Seguiria sempre em frente e iria jogando pelo caminho a casca dourada e inútil das horas... 
Seguraria o amor que está a minha frente e diria que eu o amo... 
E tem mais: não deixe de fazer algo de que gosta devido à falta de tempo. 
Não deixe de ter pessoas ao seu lado por puro medo de ser feliz. 
A única falta que terá será a desse tempo que, infelizmente, nunca mais voltará.

PRA QUE PRESSA...


Nesta sexta-feira eu, meu marido e minha neta resolvemos ir à festa do padroeiro de São Sebastião, comer os deliciosos pastéis e tomar aquela cervejinha gelada para diminuir o calor abrasante deste verão.Depois de algumas horas, apreciando as barraquinhas de artesanatos, roupas e outros apetrechos, que também fazem parte da festa, resolvemos voltar para casa.Neste trajeto entre São Sebastião e a balsa, me deparei com um senhor que aparentava seus 40 anos de idade, suado, embriagado e totalmente confuso, gritando aos quatro ventos; “Eu vou virar lobisomem”, assustando crianças e chamando a atenção de jovens e adultos que por ali passavam. Não deixei de abserva-lo, e ao mesmo tempo sentir uma tristeza profunda, ao ver um ser humano, violado em sua dignidade,comendo restos de comidas, jogado nos cestos de lixo ali próximo e recolhendo latinhas e tudo o que lhe chamasse a atenção.O segurança afastou-o do local, pois o tumulto que ele provocava estava incomodando pessoas que ali aguardavam a balsa para travessia a Ilhabela.Ao nos acomodarmos nos assentos da balsa, percebi que o mesmo senhor ali estava, atravessando a mesma balsa que nós, só que me parecia mais calmo.Fizemos o trajeto tranqüilamente sem tumulto algum, atracamos em Ilhabela, e ao descermos da balsa, percebi que o tal senhor, também ali sentado, aparentemente mais calmo, mas não deixando de mexer com as pessoas que saiam da balsa.Parece que sentia satisfação em assustar quem em frente dele passasse, gritando:- “Pra que pressa se o futuro é a morte”, essa curta frase me chamou a atenção, pois aquele senhor que ali estava, percebia muito mais coisas do que todos nós ditos  distintos e recatados.Comecei a tentar analisar as tais palavras que se fixou em minha mente; observei a agitação local, e realmente vi que o tal homem em sua embriagues, disse algo que seu inconsciente percebia, mais que qualquer outra pessoa que ali estava e o ignorava.Hoje percebi que a maioria das pessoas apenas existe, e que viver esta se tornando dia a dia a coisa mais rara do mundo, tudo passa muito rápido. A nossa ausência de complacência, calma e de paciência, faz com que deixemos de observar a beleza que existe ao nosso redor; julgamos que o mundo gira em torno de nós, vivemos em um mundo cada vez mais consumista, competitivo, tornando-nos cada vez mais gananciosos deixando de valorizar a própria vida, em busca de valores irreais.O corre corre das grandes cidades, invadindo locais que no passado julgávamos tranqüilos.Depois deste dia, comecei a analisar minha vida de forma diferente, percebi que aprendemos com pessoas que jamais imaginaríamos que pudessem nos ensinar algo, e hoje me pergunto; _”pra que pressa se o futuro é a morte”.

Autora do post Eliana Prestes

sexta-feira, 9 de janeiro de 2015


GATINHA LINDA



Acredito que todos que possuem um gatinho de estimação em sua casa tiveram uma crise de desespero ao ouvir o veterinário dizer: “ seu gatinho precisara tomar esse comprimido.Fazer o gato engolir o tal comprimido é quase uma missão impossível .Eu mesmo tive grandes dificuldades, em administrar o vermífugo em comprimido.Apelei para tudo, consultas em livros sobre gatos, internet, amigos, santos e tudo mais.Sei que existe vermífugos que se coloca na nuca do bichano, mas o custo não é atrativo.Me ensinaram até mesmo mandar manipular uns biscoitinhos sabor carne ou peixe junto com o medicamento, mas minha gatinha é muito esperta e sente de longe o cheirinho do remédio.A solução então acabou em dar um jeito de fazer a linda gatinha Mel engolir o vermífugo e não os meus dedos.Tudo isso me fez lembrar de um texto que imprimi da internet a muitos anos atrás, cujo autor é desconhecido, e me identifiquei muito com ele. Gostaria muito de compartilha-lo com vocês. Ai vai...

     1-  Pegue o gatinho e aninhe-o no seu braço esquerdo como se segurasse um bebe.Coloque o indicador e o polegar da mão direita nos dois lados da boquinha do bichano e aplique uma suave pressão nas bochechas enquanto segura o comprimido na palma da mão.Quando o amorzinho abrir a boca atire o comprimido lá para dentro. Deixe-o fechar a boquita e engolir.

2-     Recupere o comprimido do chão e o gato de trás do sofá. Aninhe o gato no braço esquerdo e repita o processo.

3-     Vá buscar o gato no quarto e jogue fora o comprimido meio desfeito.

4-     Retire um novo comprimido da embalagem, aninhe o gato no seu braço enquanto lhe segura firmemente as patas traseiras com a mão esquerda.Obrigue o gato abrir as mandíbulas e empurre o comprimido com o indicador direito até o fundo da boca.Mantenha a boca do gato fechada enquanto conta até dez.

5-     Recupere o comprimido de dentro do aquário e o gato de cima do guarda-roupa.Chame sua esposa.

6-     Ajoelhe-se no chão com o gato firmemente preso entre os joelhos, segure as patas da frente e de trás.Ignore os rosnados baixos emitidos pelo gato.Peça a sua esposa que segure firmemente a cabaça do gato com uma mão, enquanto força a ponta de uma régua para dentro da boca.Com a outra mão deixe cair o comprimido ao longo da régua e esfregue vigorosamente o pescoço do gato.

7-     Vá buscar o gato no trilho da cortina e retire outro comprimido da embalagem.Tome nota para comprar outra régua e consertar as cortinas.Cuidadosamente varra os cacos das estatuetas e dos vasos, do meio da terra e guarde-os para colar mais tarde.

8-     Enrole o gato em uma toalha grande, e peça a sua esposa para se deitar em cima de forma que apenas a cabeça do gato apareça por baixo do sovaco.Coloque um comprimido na ponta de um canudinho de beber, e obrigue o gato a abrir a boca e mantenha-a aberta com um lápis.Assopre o comprimido do canudinho para dentro da boca do gato.

9-     Leia a bula inclusa na embalagem para verificar se o comprimido faz mal a humano, beba uma cerveja para retirar o gosto da boca.Faça um curativo no antebraço da sua esposa e remova as manchas de sangue do carpete com o auxilio de água fria e sabão.

10- Retire o gato do barracão do vizinho. Vá buscar outro comprimido.Abra outra cerveja.Coloque o gato dentro do armário e feche a porta até o pescoço, de forma que apenas a cabeça fique de fora. Force a abertura da boca do gato com uma colher de sobremesa, utilize um elástico como estilingue para atirar o comprimido pela garganta do gato abaixo.

11- Vá buscar uma chave fendas na garagem e coloque a porta do armário de novo nos eixos.Beba a cerveja.Vá buscar uma garrafa de wisky .Encha um copo e beba.Aplique uma compressa fria na bochecha e verifique a data de quando tomou a última vacina contra tétano.Aplique compressas de wisky na bochecha para desinfetar.Beba mais um copo. Jogue a camiseta fora e vá buscar uma nova no quarto.

12- Telefone aos bombeiros para virem retirar o desgraçado do gato de cima da árvore do outro lado da rua. Peça desculpa ao vizinho que se espatifou contra o poste, enquanto tentava desviar do gato em fuga. Retire o ultimo comprimido da embalagem.

13- Amarre as pata da frente e de trás do filho da puta do gato, com a mangueira do jardim, e em seguida firmemente à perna da mesa da sala de jantar. Vá buscar as luvas de couro para trabalhos de jardinagem na garagem.Empurre o comprimido para dentro da boca da besta, seguido de um grande pedaço de carne.Seja suficientemente bruto, segure a cabeça do corno na vertical e despeje-lhe um litro de água pela goela abaixo para que o comprimido desça.

14- Beba o restante do wisky. Peça a sua esposa que o leve ao pronto-socorro e sente-se muito quieto enquanto o médico lhe costura os dedos, o braço e lhe remove os restos do comprimido de dentro do seu olho direito. A caminho de casa ligue para a loja de móveis para encomendar uma nova mesa de jantar.

15- Trate tudo para que a Sociedade protetora dos animais venha buscar o viado do gato mutante fugido do inferno.  Telefone para aloja de animais e pergunte se eles têm tartaruguinhas.


Obviamente o texto é um exagero, é lógico que dar um simples comprimidinho para um gato não é tão difícil assim, você não acha.... 


Autora do post Eliana Prestes

quinta-feira, 8 de janeiro de 2015

TRANSFORMERS




Em que mundo vive uma criança hoje?
Sem pestanejar a resposta é simples e direta, “Bem diferente do tempo que vivi!
Então o que significa ser criança hoje? Em um mundo de consumo que presencia a tecnologia avançando abruptamente, não há a menor sombra de duvida em dizer que a infância esta cada dia menor, menos sociável, mais egoísta. Com o avanço tecnológico as brincadeiras mudaram muito, antigamente elas se divertiam com brincadeiras simples, e saudáveis, evitando assim que se tornassem sedentárias e obesas. Além de possuírem imaginação e criatividade, tinham também a oportunidade de conviverem com outras crianças, trocando idéias e ideais.Com tecnologia atual nossas crianças estão sendo escravizadas, solitárias, perdendo o contato com a vida lá fora,não se brinca mais como antigamente, cada vez mais as brincadeiras e formas de se divertir estão puramente virtuais. Mas de quem é a culpa, dos pais, que investem em divertimentos virtuais, para suprir a falta de tempo com seus filhos, ou deste mundo louco que nos enfia goela abaixo o que é melhor para nossos filhos. Uma infinidade de atividades foi substituída pela frieza e solidão do mundo virtual.
Hoje, me remetendo ao meu tempo de criança, sinto uma saudade imensa dos momentos felizes que eu vivi.Eu e todas as crianças da minha época tínhamos uma vitalidade incansável; na maioria das vezes juntávamos um grupo de crianças e lá na rua mesmo a diversão surgia.Disputa de meninos e meninas no jogo de queima com bola de meia, o bate lata, jogo de taco, peões, bolinhas de gude, diversões preferidas das tardes quentes e frias.Não faltava imaginação, qualquer pedaço de corda velha era motivo de juntar todas as meninas e até mesmo meninos para o pula cordas incansável.Nossas imaginações iam a mil, quando nos reportávamos para os heróis dos nossos programas preferidos, daí surgiam os cawboys e índios, mocinhos e bandidos; montávamos em nossos cavalos velozes feitos de cabo de vassoura, corríamos o dia todo sem se cansar.Até mesmo meu cachorro vira-latas participava das brincadeiras, para mim ele era o verdadeiro Rin-tin-tin, pena que ele não obedecia ao meu comando quando no meio da brincadeira eu gritava“yo ho Rinty”e ele corria assustado procurando um local seguro para se esconder. Você poderia estar no céu ou inferno, para isso precisávamos apenas de um pedaço de tijolo, carvão  um pedaço de vareta, uma casca de banana ou outra coisa qualquer, era só riscar a amarelinha e a brincadeira estava formada. Até mesmo os dias com ventos, não nos tirava o animo de brincar, juntávamos algumas varetas, papel de seda e lá  estava o nosso maravilhoso pipa no céu a disputar com outros tantos em um verdadeiro jogo de guerra nos ares, sem a necessidade de um joystiq, apenas uma lata alguns bons metros de linha e nosso super herói pipa.
Hoje me sinto triste ao ver crianças preocupadas com o mais novo jogo lançado,o celular da moda, meninas preocupadas com o corpo,roupas e como fazer a coreografia sensual da musica do momento. Ai me pergunto; -“ NO QUE ESTÃO TRANSFORMANDO NOSSAS CRIANÇAS...” 
Autora do post Eliana Prestes

terça-feira, 6 de janeiro de 2015

Adolescência



Adolecência, a mais alegre, emocionante e complicada parte de nossas vidas. Achamos que podemos tudo, quase nada nos atinge, estamos certos de tudo;"pais caretas, não sabem de nada!"
Discutimos fatos evidentes, contrariando tudo e a todos; somos unipotentes, fortes, sabidos, com razões absurdas, até o momento em que o mêdo e a verdadeira razão nos atinge a alma. Choramos, e nos encolhemos em um canto, pedimos para que alguém nos entenda, somos frágeis, pobres crianças a um passo da transição natural da vida.
É complicado, pedimos ajuda a nossos pais, que sempre nos recriminaram, que sempre  nos repreenderam, e é no calor desse abraço amigo que encontramos o consolo e a força para amadurecermos com calma. "Sorte de quem tem esses amigos!."
Só que amanhã é outro dia; o que a vida nos reserva lá fora?.
Voltamos a ser novamente os mesmos bravos, ingenuos e fracos adolêscentes, tentando crescer na marra.

Autora do post Eliana Prestes
PORQUE O CHOCOLATE É MELHOR DO QUE SEXO?


1. Chocolate não fala.
2. O chocolate cheira bem.
3. Chocolate não da AIDS.
4. Você pode levar o chocolate na bolsa.
5. Chocolate não deixa pelos na sua boca.
6. Um bom chocolate é fácil de se encontrar.
7. você não precisa mentir para o chocolate.
8. Nao dói comer chocolate pela primeira vez.
9. O chocolate não liga se você é virgem ou não.
10. O chocolate satisfaz mesmo quando ele amolece.
11. Se você morder, o chocolate não reclama.
12. Você pode comer chocolate até na frente da sua mãe.
13. Quando você come chocolate os vizinhos não ouvem.
14. Você pode comer chocolate que nunca vai engravidar.
15. Você não precisa usar camisinha pra comer chocolate.
16. Você pode comer chocolate a qualquer dia da semana.
17. Ninguém termina um casamento por falta de chocolate.
18. Você nunca é muito jovem ou muito velho para o chocolate.
19. Você pode pedir chocolate a alguém sem levar um tapa na cara.
20. Você pode comer chocolate no carro sem ser interrompido pelo guarda.
21. O tamanho do chocolate não importa, apenas o prazer que ele proporciona.
22. Você pode comer chocolate quando está menstruada. Ou menstruado, sei lá.
23. Se o seu filho ver você comendo chocolate, ele não vai fazer nenhuma pergunta.
24. Duas pessoas do mesmo sexo podem comer chocolate sem serem chamadas por nomes feios.

Autor desconhecido.

segunda-feira, 5 de janeiro de 2015

CONTRASTES




Na euforia das festas de final de ano, nos deparamos com situações fora do nosso cotidiano, não tão tranqüilo como a anos atrás, mas fora da realidade do nosso dia a dia.Moradora em Ilhabela a 25 anos, consigo perceber a transformação deste maravilhoso arquipélago, onde o perfume das flores era uma das características do local, o bailado dos Beija-flores visto freqüentemente,pássaros de várias espécies e cores compartilhavam o espaço com os moradores, as ruas de terra que perfumava a região com seu cheiro característico de terra molhada a cada chuva bem vinda, as casas com seus muros baixos e cercas vivas da mais variadas espécies, crianças brincando de pés no chão, subindo em arvores para pegar as deliciosas frutas," vivendo"; deram lugar a casas com seus muros cada vez mais altos volteados de cercas elétricas,porteiros eletrônicos, automóveis exalando fumaças encobrindo o cheiro da mata e afastando pássaros e animais silvestres das nossas vistas e conviveo, lanchas,veleiros, yats tomaram conta das nossas praias, afastando os peixes, que tão facilmente eram pescados em nossos mares. Quase não vejo crianças brincando nas ruas, vejo sim crianças caracterizadas de adultos, com seus celulares nas mãos com fones nos ouvidos, muitas das antigas e belas arvores foram brutalmente aniquiladas, dando lugar a mansões e comércios.A evolução e progresso da cidade, acabou deixando nossa Ilhabela, menos bela e menos mágica do que no passado. Distribuídas por 130km de costa, as praias de Ilhabela atraem muitos turistas no verão,movimentando monetariamente, comércios, hotéis, pousadas, conseqüentemente o próprio município, gerando mais empregos, tão escassos na região;mas neste final de ano me deparei com situações que nunca imaginei que um dia veria;uma ilha, totalmente parada,inflada, congestionada por carros e pessoas de toda espécie de cultura e educação, o transito ficou parado,comércios lotados, filas e mais filas pra tudo, dificultando o cotidiano dos moradores e até mesmo dos turistas que vieram com o intuito de descansar e desfrutar de alguns dias de merecidas férias.Os turistas que vieram passar a virada do ano em Ilhabela, depararam com um congestionamentos absurdo das estradas, outro na entrada da balsa...ufa logo estou sossegado na Ilha,até que enfim cheguei..,chegou sim, a mais um enorme congestionamento jamais visto antes, e como se não bastasse o calor acima de 35º, uma procissão só de carros e seus peregrinos, tentando chegar a uma praia paradisíaca, sentar sob a sombra de uma frondosa arvore degustando seus petiscos regados a cervejinha gelada,  e aproveitando as águas calmas de nossas praias.Concordo que muitos dos que aqui vieram, tambem estavam fugindo do cotidiano de sua cidade, que um dia também foi o local maravilhoso de se viver,e que hoje tambem foi engolido pelo monstro do necessário progresso, deixando também de ser bela, assim como hoje  minha Ilha deixou de ser um pouco menos bela...


Autora do post Eliana Prestes

domingo, 4 de janeiro de 2015

No ano passado

Já repararam como é bom dizer "o ano passado"? É como quem já tivesse atravessado um rio, deixando tudo na outra margem...Tudo sim, tudo mesmo! Porque, embora nesse "tudo" se incluam algumas ilusões, a alma está leve, livre, numa extraodinária sensação de alívio, como só se poderiam sentir as almas desencarnadas. Mas no ano passado, como eu ia dizendo, ou mais precisamente, no último dia do ano passado deparei com um despacho da Associeted Press em que, depois de anunciado como se comemoraria nos diversos países da Europa a chegada do Ano Novo, informava-se o seguinte, que bem merece um parágrafo à parte:

"Na Itália, quando soarem os sinos à meia-noite, todo mundo atirará pelas janelas as panelas velhas e os vasos rachados".

Ótimo! O meu ímpeto, modesto mas sincero, foi atirar-me eu próprio pela janela, tendo apenas no bolso, à guisa de explicação para as autoridades, um recorte do referido despacho. Mas seria levar muito longe uma simples metáfora, aliás praticamente irrealizável, porque resido num andar térreo. E, por outro lado, metáforas a gente não faz para a Polícia, que só quer saber de coisas concretas. Metáforas são para aproveitar em versos...

Atirei-me, pois, metaforicamente, pela janela do tricentésimo-sexagésimo-quinto andar do ano passado.
Morri? Não. Ressuscitei. Que isto da passagem de um ano para outro é um corriqueiro fenômeno de morte e ressurreição - morte do ano velho e sua ressurreição como ano novo, morte da nossa vida velha para uma vida nova.
Mario QuintanaBEM VINDOS AO AUTOIMPRESSÕES.BLOGSPOT.COM